Páginas

Marcadores

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Hell's Bells (Out. 30, 1929)

  Embalada por Frülingslied de Mendelssohn e Marche Fùnebre pour une Marionnette de Gounod, esta animação mostra o Submundo, com direito a morcegos, aranhas e serpentes. Mas destaco a  banda de diabinhos e o lanchinho de Cérbero, o mitológico cão de três cabeças que guarda as portas do Inferno.
       Curiosamente a composição Marche Fùnebre... é a mesma escolhida por Hitchcock para ser a música tema de seu programa de tv "Alfred Hitchcock Presents" (1958-1962) e posteriormente o "The Alfred Hitchcock Hour" (1962-1965). Quando questionado sobre sua escolha, Hitchcock respondeu ser a trilha de um de seus filmes preferidos "Sunrise - A song for two humans" (1927), de F.W. Murnau. Inclusive este cineasta está na história da série Silly desde sua criação, o curta "Skeleton Dance" (o primeiro da série) teve sua première  no Carthay Circle Theater em junho de 1929, em Los Angeles, antes do filme "4 Devils", de Murnau. Após este ensaio, a Columbia Pictures aceitou produzir as Silly Simphonies.



p.s. Para terminar dê uma olhadinha no post Springtime, no link de "Flip, the frog" (1930), e surpreenda-se com o "acaso".

sábado, 21 de agosto de 2010

No mundo da fantasia quem precisa de heróis!?

     Uma das peculiaridades da série é a inexistência de um herói como Mickey Mouse, Pato Donald e Pateta. Existem algumas personagens que aparecem várias vezes ou mesmo são famosos (os três porquinhos, a Tartaruga e a Lebre, etc.), mas em geral os temas e personagens regulares são insetos, anões, entre outros permitindo uma abordagem mais variada e mais próxima da fantasia.
Com esta falta de heróis, a série é quase uma versão mais madura de Mickey Mouse na época: as quatro estações (Primavera, Verão, Outono e Inverno 1930) ou os objetos mágicos que ganham vida à noite (noite na loja de brinquedos em 1930, a loja do Relógio em 1931 ) são encontradas nas cenas na "fazenda" de “The Barn Dance”, “The Battle Barnyard”, “Barnyard Concert” e “The Plow Boy”.
      Isto também permitia uma redução das restrições impostas pelo roteiro da série, comuns com personagens recorrentes, além de estimular os animadores na construção de histórias e personagens memoráveis em pouco tempo. Maurice Bessy[1] afirma que "... a escolha dos temas para os filmes de Mickey é mais restringido do que a Silly Symphonies onde estamos no reino da fantasia. " 
Quando Bessy diz que na Silly estamos no reino da fantasia, traduz aquilo que esta série faz, nos leva para um mundo além... pouco me envolvi nas aventuras de Mickey ou Pato Donald, porém a magia dos heróis-não-heróis desta série musical era (e é) envolvente, encantadora e nos convida, independente do tempo, a retornar ao nosso mundo fantástico.



[1] Maurice Bessy in Cinéma d'aujourd'hui (n° 64), p. 85.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Silly Symphony e a Academia de Cinema

     A principal particularidade associada à série Silly Symphony é sua qualidade, seja quanto à animação, à música ou ao cenário. Russell Merritt e JB Kaufman, especialistas no mundo de Walt Disney e autores de vários livros de referência, apontam a série como sendo uma produção de "alta costura" da Disney[1]. E a crítica parece unânime sobre as propriedades das “tolas” sinfonias, como podemos perceber pelos inúmeros Oscar’s (um das mais respeitadas premiações do cinema mundial) que a série recebeu na categoria melhor curta-metragem animado, durante os anos de 1932 a 1939, até que a série fosse oficialmente cancelada. 
Abaixo a lista dos concorrentes de cada ano, evidenciando os premiados Silly’s.
  •  1932: Walt Disney (Walt Disney Productions) por Flores e Árvores (Flowers and Trees), série Silly Symphonies, dirigida por Burt Gillett.
  •  Leon Schlesinger por It's Got Me Again.
  •  Walt Disney (WDP) por Mickey's Orphans, série Mickey Mouse.

  • 1934: Walt Disney (WDP) por Os Três Porquinhos (The Three Little Pigs), série Silly Symphonies, dirigida por Burt Gillett.
  • Walt Disney (WDP) por Building a Building, série Mickey Mouse.
  • Walter Lantz por The Merry Old Soul. 
 
  • 1935: Walt Disney (WDP) por A Tartaruga e a Lebre (The Tortoise and the Hare), série Silly Symphonies, dirigida por Wilfred Jackson.
  • Charles Mintz por Holiday Land.
  • Walter Lantz por Jolly Little Elves. 
 
  • 1936: Walt Disney (WDP) por Três Pequenos Órfãos (Three Little Orphans), série Silly Symphonies, dirigida por David Hand.
  • Harman-Ising por The Calico Dragon.
  • Walt Disney (WDP) por Who Killed Cock Robin?, série Silly Symphonies. 
 
  • 1937: Walt Disney (WDP) por O Primo da Campanha (The Country Cousin), série Silly Symphonies, dirigido por David Hand e Wilfred Jackson.
  • Harman-Ising por Old Mill Pond.
  • Paramount Pictures por Sinbad the Sailor.

  • 1938: Walt Disney (WDP) por O Velho Moinho (The Old Mill), série Silly Symphonies, dirigido por Wilfred Jackson.
  • Charles B. Mintz (Columbia Pictures) por The Little Match Girl (Color Rhapsodies).
  • Paramount Pictures por Educated Fish.

  • 1939: Walt Disney (WDP) por Ferdinand, o Touro (Ferdinand the Bull), série Silly Symphonies, dirigido por Dick Rickard.
  • Walt Disney (WDP) por Brave Little Tailor, série Mickey Mouse.
  • Walt Disney (WDP) por Good Scouts, série Donald Duck.
  • Paramount Pictures por Hunky and Spunky.
  • Walt Disney (WDP) por Mother Goose Goes Hollywood, série Silly Symphonies.

[1] Merritt, Kaufman. Walt Disney's Silly Symphonies : A Companion to the classic cartoons series. Itália: La Cinecita del Friuli, 2006.
Related Posts with Thumbnails